sexta-feira, 6 de outubro de 2017

NA BRIGA DO ROCHEDO COM O MAR, QUEM SAI PERDENDO É O MARISCO

 Que cenário pode melhor representar essa semana que passamos com o chumbo grosso trocado entre o Executivo e Legislativo com áudios e mais áudios ? Só faltou escolher as "armas", horário e em praça pública resolverem as questões como no velho oeste americano.

Me veio à memória a frase do título desse artigo, e assim surfar na crista da onda dos efeitos desse enredo que se iniciou em abril deste ano - e no final pegar uma faca, não como arma, cortar esse limão azedo e fazer uma limonada.

Não importa ai quem é o rochedo ou o mar. Importa que o marisco (a cidade e seus cidadãos) estão "apanhando" sem serem convidados, simplesmente porque estão sendo levados por essa onda sem ter opção de outra.

Sofre o município por não ter um ambiente com forças convergentes, resultando no esgaçamento na agricultura, na falta de política para atrair novos negócios e consequentemente geração de empregos e renda. 

Sofremos a mais de uma década com a descontinuidade administrativa, agora acrescentemos a rúptura do diálogo entre os dois poderes, piorando ainda mais o cenário local.

A incoerência é que foram eleitos e chegaram ao poder no mesmo palanque. Com o vendaval de abril, dividiu-se o palco e a divisão mostrou que não são 100% semelhantes, pois resultou nessa briga do rochedo com o mar.

QUAL SERÁ O LEGADO DE NOSSA GERAÇÃO!?

Os jovens de hoje, nascidos nas décadas de 60 e 70, com seus 40 a 50 anos perguntam qual será o legado que deixarão nos setores do comércio, indústria e agricultura para o município de Jaguaré.
Hora, cada geração, de uma forma ou de outra promoveu transformações na sua época, vejamos:
- Nossos avós derrubaram matas, abriram estradas, fundaram as primeiras comunidades, começaram os primeiros plantios enfrentando inúmeras adversidades. No comércio através de escambo promoviam suas negociações com os pouquíssimos produtos que possuíam.
- Nossos pais continuaram a saga dos avós, muitos mudaram para outras regiões no ímpeto de desbravar novas terras, ampliar os plantios e desenvolver a agricultura. Comercialmente surgem as vendas, os primeiros depósitos de cereais, atacados e diversifica-se a variedade de produtos surgindo novos consumos. Na indústria as primeiras serrarias e carvoarias prenunciavam o relacionamento voraz com os recursos naturais e ditavam o rítmo da economia local.

Os nascidos nos anos 60 timidamente assumem os  negócios familiares e com o uso da tecnologia disponível aumentam bruscamente a produtividade. Com isso novos horizontes vão surgindo - a economia agrícola nunca esteve tão pujante e consequentemente o comércio desenvolve-se, moderniza-se e inúmeros serviços surgem no município.  

Porém os últimos 03 anos, com a escassez do precioso recurso natural, provocou-se uma nova reflexão: "vamos continuar a colocar todos os ovos num só cesto?" Nossa economia continuará a depender somente da agricultura? Ou precisamos urgentemente investir em pesquisas, novas culturas, novas parcerias, novos negócios, dar um passo da porteira pra fora e industrializar nossos grãos.!! Pode ser esse nosso legado!! Acho que sim.