terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2010 - FOI UM ANO QUE PASSOU


Somos unânimes em afirmar: 2010 provocou profundas análises e reeleituras em uma parcela significativa da nossa sociedade. Já somos algo em torno de 24.700 habitantes, com orçamento governamental previsto para 2011 de R$ 55 milhões, divida esse montante pelo número de habitantes e verá nossa renda per capita ou PIB. Outros municípios, parecidos conosco em quantidade de habitantes e extensão territorial projetam valores entre 30 a 40 milhões.

Arrecadamos mais. Na zona rural temos uma verdadeira "reforma agrária" onde localizam-se aproximadamente 2.000 pequenas propriedades de até 30 hectares. E na cidade, nosso IDH - ìndice de desenvolvimento humano é considerado baixíssimo, sendo comparado aos do interior do nordeste brasileiro. Como entender essa lógica ? É falta de distribução de renda ? Falta uma política pública de inclusão social ? A verdade é que a conta não bate.

2010, balançou nossa cidade com a chegada no poder de um grupo que tentara durante longos e acirrados anos. Lógico que deveria haver rupturas no sentido de mudanças das pessoas que estavam a anos na zona do conforto público, enquanto um outro contingente lutava por esse lugar ao sol. Cabeças diferentes ão de pensar diferentes, considerando suas aspirações e segmento social onde estão inseridos. A AVALIAÇÃO DESSA MUDANÇA SERÁ FEITA EM BREVE.

Mas, independente de qual grupo de pessoas que governa, Jaguaré anseia por compreensão considerando os valores que estão enraizados nas pessoas, na diversidade cultural, nos serviços que muitos prestam de forma gratuíta em prol da comunidade - enfim, tratar de forma diferente as pessoas diferentes. Entenda, quero dizer: políticas públicas para aqueles que estão em risco social e também um plano para aquele contingente de pessoas que geram emprego e renda para a população.

domingo, 5 de dezembro de 2010

ONDE ESTÃO OS CARAS ?


  • Na década de 70, às vésperas de sua emancipação político-administrativa, Jaguaré viveu a plenitude do ciclo da
    madeira e carvão. Com a abolição da escravatura e consequente escassez da mão-de-obra, nos idos dos anos 50, ocorreu a vinda dos primeiros imigrantes italianos para essas terras cobertas pela mata atlântica, de solo fértil e propício para a prática da cafeicultura.

  • Antes, porém, era necessário a derrubada das árvores, inicialmente, para a abertura de estradas e construções das primeiras casas e vilas. Dezenas de serrarias e carvoeiras vieram em seguida. As árvores derrubadas, viraram réguas, tábuas e caibros que eram direcionadas para a construção civil.

    Nenhuma iniciativa, pelo que parece, visando agregar valor a essa riqueza foi implementado. Não surgiu nenhuma fábrica de portas, janelas, caixas de madeira ou similares.

    Com a derrubada das matas, veio o espaço para plantio do café. Essa riqueza dos dias atuais que mantém o comércio local, pujante nos momentos econômicos favoráveis e extremecido e cambaleante em época de crise no setor.

    Percebe-se os produtores rurais locais preocupados em adquirir mais terras, plantar mais café, fazer uso de tecnologias e novos métodos, naturalmente aumentando consideravelmente o custo da produção e estando a mercê do mercado, vulnerável no momento de sua comercialização.

    ONDE ESTÃO OS CARAS que poderiam cooperar-se entre si, formar sociedades e agregar valor a essa riqueza. Em pleno século XXI, 40 anos depois, com tanta informação disponível, acesso a cases de sucesso, ainda há pessoas vendendo seu produto na primeira esquina, no primeiro intermediário com seu poder de sedução.

    ONDE ESTÃO OS CARAS que poderiam instalar negócios, abrir empresas, atrair investidores para uma nova etapa do processo: produzir o café torrado e outros produtos possíveis apartir desse precioso gão.

    A fruticultura, através do maracujá, já mostra sinais fortes de que é possível agregar valor ao produto, deixando de vendê-lo in natura e manipular sua polpa e ganhar uns R$ no processo.

    Acredito ser possível porque o mercado está pedindo, a renovação está acontecendo, estamos tendo acesso a universidades, centros de pesquisas estão sendo instalados - uma nova geração está surgindo e que ela possa pensar diferente e ir além do óbvio.

LIDERANÇA PARA UM MUNDO MELHOR

O que você anda lendo ? Somente as páginas policiais ou esportivas ou resumo das novelas de nossos jornais diários ? Ou nem isso !
Recebi, por empréstimo, do amigo contador Paulo Bergamaschi, o livro Liderança para um mundo melhor, autoria do Dalai-Lama e Laurens van den Muyzenberg, pela editora Sextante. Transcrevo a seguir, pequenos trechos e recomendo sua leitura completa.
" A felicidade não é apenas a mera satisfação de nossos desejos materiais ou de outra ordem, e esta é uma distinção importante. A raiz da felicidade não está naquilo que desejamos nem no que obtemos, mas em algo muito diferente. Provém de um lugar de contentamento que existe independentemente do que ganhamos ou realizamos."
" As pessoas não podem ser verdadeiramente felizes se não tiverem amizades e boas relações - que são recíprocas "
A obra propõe reflexões sobre a tomada de decisão, seus impactos nas pessoas, mercados, grupos sociais....considerar suas consequencias e com sabedoria e plenitude ter que tomá-la.

AMOCIM LEITE, O LÌDER

Adquiri, recentemte o livro Com Ódio, Não, com Amocim - do escritor mateense Eliezer Ortolani Nardoto. Minha curiosidade perpassa pelos meandros da Cidade de São Mateus com seus mais de 500 anos de história, das primeiras vilas, da escravatura, dos quilombolas - que um dia Jaguaré se desmembrou com toda essa carga cultural.

Um negro, pobre, semi-analfabeto, membro de uma comunidade onde haviam clubes sociais que só brancos frequentavam, o porto da época, discriminado, marginalizado pela sociedade cujas origens por ali aportaram, transitaram e praticaram os primeiros atos mercantis.

São Mateus...de índios, africanos, portugueses, italianos - povos subjulgando outros, culturas se firmando a partir do declínio da diversidade, o pobre no beco, o afortunado sobe o morro e se firma da planície.

Um líder dessa gente oprimida pela sua cor e origens. Achincalhado pela velha e oportunista Direita, pelos comerciantes e possuidores de terras e riquezas. Mas, um dia vira prefeito e representa as necessidades básicas desse povo. Primeiro mandato, Segundo mandato....cassado, perseguido..nova disputa, Terceiro mandato em 1992 - assume o poder com a invasão da prefeitura por sua gente armada e consciente da opção.

Esses epsódios e fatos históricos impactam na formação do DNA político de nosso município em pleno Século XXI. Tratar diferente as pessoas diferentes é o grande desafio do nosso presente.